quinta-feira, 24 de março de 2011

Relato do trabalho com a aluna deficiente visual Josibel Marques Oliveira : Escola Municipal Onero Costa da Rosa - 2011


Acreditamos que a escola acolhedora é aquela que dá suporte e dentro de suas possibilidades oferece ao aluno a chance de ser um cidadão responsável e participativo. A aluna Josibel, atualmente com quase 17 anos de idade,  foi matriculada na Escola Municipal Onero Costa da Rosa em fevereiro de 2009, com muitas limitações. Seus movimentos, tão necessários, se atrofiaram por falta de estímulo. Verbalizava apenas “oi ou ei”.
Através da pesquisa e estudo sobre o assunto, o investimento foi feito pensando em trabalhar com materiais adaptados por nós da escola para o desenvolvimento do tato, audição, olfato e paladar. A metodologia de trabalho dá-se por meio de:
- Miniaturas para que ela possa conhecer com os sentidos o universo a sua volta.
- Caminhadas no espaço da escola para que ela possa se familiarizar com o ambiente.
- Correção da postura, sua locomoção com autonomia e independência e o professor de educação física vem fazendo um belo trabalho que tem ajudado no desenvolvimento físico, mental e afetivo, (ela adora este momento).
-Materiais concretos para trabalhar a matemática.

-Orientamos na maneira correta de segurar a colher, copo, para que tenha independência ao se alimentar e fazer gestos, utilizar as mãos e o mais importante, cuidar da sua linguagem.
-Como forma de ampliar o seu léxico e enriquecer o seu vocabulário promove-se a escuta de diferentes gêneros textuais e do manuseio de materiais, além do investimento no trabalho com o alfabeto Braille, que lhe oferecerá a possibilidade de ler e escrever na sua linguagem própria.
A aluna Josibel foi inserida em uma classe com adolescentes com a mesma faixa etária, os alunos se tornaram parceiros fortes nesta tarefa, acolheram-na com um carinho impressionante, isto tem ensinado a eles lições de respeito e amor ao próximo. Ela é tratada por todos como igual, respeitando suas diferenças e limitações e eles tem aprendido que as crianças portadoras de necessidades especiais também têm direito ao conhecimento e tem a consciência de que é através disto que conhecerão uma parte do mundo.Temos hoje uma aluna mais feliz, comunicativa, mais independente e que gosta de estar na escola. Não estamos preocupados em incluir por incluir, mas de atendê-la e oferecer aquilo que é de direito de toda criança e adolescente, ter uma educação de qualidade e com responsabilidade, não olhando para a deficiência como um problema, mas como um desafio.                                                           
 Professora responsável – Valdenia Souza Barboza

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